30 julho 2010

Fim da semana....inicio do descanso?

Sexta-feira é muito bom, venho até um pouco mais animado para o trabalho. Antigamente eu começava a semana meio desanimado e chegando próximo da sexta-feira começava a ficar mais animado. Acho que tudo começa com aquela musiquinha do Fantástico, quando ela começa vc já sabe que o fim de semana acabou e logo chega a segunda-feira. A semana vai passando e quando chegava a quinta-feira eu já estava bem animado e na sexta era só alegria.
Hoje mudou um pouco, eu começo a segunda bem mais desanimado que antes, quando chega na quinta ainda estou desanimado e na sexta dá uma alegria um pouquinho maior. Sei que o final de semana chegou mas sei também que mais rápido do que penso logo vem a segunda. É normal que as pessoas com TOC desenvolvam outros tipos de patologias, co-morbidades, como: tiques, depressão, transtorno do pânico, transtorno bipolar, etc. então acho que é normal esse desânimo.
Não tenho muita vontade de sair de casa, não somente para vir trabalhar como para passear também. Sempre estou desanimado com algo e se tento fazer alguma coisa fico desanimado porque o TOC não me deixa, se desisto de fazer para não ter que enfrentar o TOC também me desanimo porque nem tentei. Uma coisa que me pergunto é: como posso ter depressão se tomo anti-depressivo que também atua como anti-obsessivo?
Para muitas coisas não temos resposta e acho que essa é apenas mais uma delas. Talvez o óscio seja um inimigo tão grande que por mais anti-depressivos que vc tome não há como não ter nem uma leve depressão meio a tanto óscio.
Outra coisa que pode trazer a depressão é a cobrança que o portador de TOC se faz. Ele é muito rígido consigo mesmo e vive se cobrando para fazer as coisas perfeitas e para sempre estar fazendo alguma coisa de útil. Para mim descansar não é fazer algo, pelo menos não algo de útil. Muitas vezes não enxergo que descansar, assistir a um filme também é fazer algo, só que algo para o meu bem-estar. Acabo encarando isso como óscio e logo procuro algo para fazer senão me sinto inútil e com isso faço mais rituais meio a essas tarefas que arrumei e fico mais cansado ainda.
Nada melhor para todas essas neuras que o próprio fim de semana né? Mas o tão esperado fim de semana e tempo para descanso acaba se tornando tempo de tormento. Como não estou trabalhando me cobro para fazer o máximo de coisas possíveis em casa pois logo chega a segunda e aí sim não terei tempo de fazer mais nada. Mas vamos ver se consigo pelo menos um fim de semana sentar e fazer algo produtivo,  tipo: fazer NADA! :)

29 julho 2010

Na mira dos olhares

No TOC nada é agradável mas não tem nada pior do que os olhares indiscretos das pessoas que estão a sua volta. Não posso dizer que me sinto como um bicho no zoológico pois os olhares das pessoas para esses animais são olhares graciosos, cativos, olhares de ternura - apesar de que eu não entendo como alguém pode sentir prazer e ainda levar os filhos para "passear" no zoológico. No meu próximo passeio vou levar meu animalzinho de estimação para passear no presídio, com direito a pipoca e bexiga.
Os olhares das pessoas para quem tem TOC e está agonizando em um de seus rituais é um olhar perverso, de curiosidade maldosa e de puro deboche. Uns disfarçam e dão olhadinhas rápidas e (in)discretas mas sem perder um só movimento ornamental desses rituais. Outros na maior "face wood", conhecida também como "cara-de-pau", fixam bem o olhar, colocam os óculos para não perder um só movimento e ainda cutucam o colega ao lado para que o mesmo desfrute dessa "comédia da vida privada" que a gente não ve todo dia.
Uma vez ao tocar o sinal para troca de aula, eu estava saindo da sala mas antes tinha que verificar embaixo da carteira se não havia esquecido nada. Abaixava e levantava várias vezes balançando a carteira num frenesi alucinante (desculpe o pleonasmo) até que ouvi uma voz grave me perguntando: Está acontecendo alguma coisa?. Parei na hora e olhei para trás e meu professor estava me observando - nem quero saber a quanto tempo - e agora aguardava uma justificativa para tal atitude que muitos considerariam insana porém eu a classificaria como heróica pois não é qualquer um que topa "pagar um gorila" desses para salvar vidas. Para isso é preciso ter peito, ou TOC.
Os mesmo neurônios que antes estavam com problemas de comunicação devido a baixa serotonina agora se uniam para criar uma desculpa criativa e convincente: - Estou verificando e essa carteira parece estar mal parafusada pois balança muito quando mexemos nela. O professor ainda me agradeceu por essa observação.
Aqui no meu trabalho ficamos em baias - sim, apesar de não sermos cavalos nos posicionamos em baias - com 4 pessoas cada e para chegar até minha baia preciso passar pela 1a baia onde sentam dois colegas, um de cada lado da passagem. No princípio pensei se tratar de dois gayzinhos apaixonados devido à troca de olhares e sorrisos entre eles cada vez que eu passava e estava até achando lindo isso mas "a ficha caiu" e vi que era o meu ritual para entrar e sair da baia que despertava esse sentimento entre eles.
Que bom se todos continuasse com seus trabalhos ou apenas olhasse como se aquela fosse uma cena do cotidiano mas não é assim que acontece. O que devo fazer então? Esconder-me de todos? Não sair de casa? Parar meu ritual, esperar que todos voltem às suas posições e então continuar? Acho que nada disso seria saudável para mim então simplesmente sigo em frente, continuo com o que estou fazendo e dane-se os olhares e as pessoas que acham graça de algo que nem sabem o que é.
Perdoem o humor ácido e o pouco valor instrutivo desse post mas é que as vezes eu penso que se todo mundo cuidasse da sua própria vida assim como cuida da vida alheia os planos de saúde iriam à falência e não haveria fila no SUS.

27 julho 2010

Família

Eu li que a família pode influenciar muito na vida de quem tem TOC assim como quem tem TOC também pode influenciar muito na vida da família. É muito comum a família se adaptar a quem tem TOC, muitas vezes entrando em seus rituais e realizando-os para que não haja maiores conflitos entre a família e o membro portador de TOC. Isso traz um desgaste para os membros da família pois muitas vezes eles entram nos rituais do portador de TOC contra a sua própria vontade e caso decidam não fazer parte dos rituais geram um conflito com o portador de TOC.
Mas quem tem TOC não é o único vilão, a família também pode influenciar na vida de quem tem TOC.
"A ciência está procurando esclarecer se existe ou não alguma herança genética e de que forma ela se dá, no TOC, pois é muito comum que existam várias pessoas apresentando os sintomas, numa mesma família. Não se sabe se isso ocorre por força de herança genética ou da influência que um membro podem ter sobre os outros – a chamada aprendizagem social"
Se vc tem TOC há grande probabilidade que vc tenha herdado ele da sua família ou então que sua família o tenha influenciado sendo muito rígida em relação a lavar as mãos antes do almoço, antes de pegar o bebê, depois de brincar com o cachorro, antes de pegar o pedaço de bolo, antes de colocar a mão na boca do seu irmãozinho, etc. Claro que higiene é bom e não faz mal a ninguém, o que faz mal é o exagero, é o ato de forrar a privada com papel higiênico mesmo ela estando aparentemente limpa como se o papel higiênico fosse algum isolante para bactérias.
Outra maneira que a família influencia em relação ao TOC é a pressão que ela te faz e as constantes desavenças. O TOC geralmente gera uma grande ansiedade para o portador e quando essa ansiedade aumenta, seja pela pressão que está sofrendo ou por não ser bem compreendido, a tendencia é que o portador se entregue mais aos rituais. Aumento da ansiedade -> aumento da obessão -> aumento da compulsão (ou rituais).
É muito importante que a família participe do tratamento e da vida de quem tem TOC. Ela pode ajudar tanto auxiliando o paciente a identificar seus sintomas como no apoio na realização das tarefas de casa prescritas durante a terapia. Também pode ajudar não lavando as roupas “contaminadas”, nas quais o paciente não toca, e que portanto é desnecessário lavar; não oferecendo reasseguramentos; não respondendo várias vezes às mesmas perguntas do portador; e não evitando os lugares que o paciente tem medo de freqüentar.
Afinal, família é e sempre será tudo na vida :)

22 julho 2010

De onde vem esse TOC?

Eu nunca quis saber de onde vinha meu TOC, na verdade quando eu ainda não sabia que eu tinha TOC eu não achava que isso era uma doença portanto não pensava se era algo genético ou se era algo contagioso. Eu sabia que era algo da minha cabeça e pensava ser somente da minha cabeça, que nenhuma outra cabeça no mundo tinha isso.
Depois que fui diagnosticado com TOC procurei saber mais sobre essa doença, qual o caminho para cura, quais as manifestações, o relato de outras pessoas, etc e busquei pouco as causas para o TOC ou as possíveis causas para o meu TOC. Achava que isso não era importante mas me aprofundando mais vi que entender o mecanismo do TOC e suas possíveis causas é importante sim para te levar até a cura por isso resolvi escrever um pouco mais sobre as causas do TOC.
A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em relação ao TOC embora não consiga ainda esclarecer suas verdadeiras causas. Pelo que vejo a ciencia chegou à conclusão de que o TOC tem uma natureza biológica: envolvendo aspectos genéticos, neuroquímica cerebral, lesões ou infecções cerebrais; e fatores psicológicos como: a aprendizagem; certas formas errôneas de ver e interpretar a realidade próprias dos portadores do TOC, e até culturais.
A natureza biológica é verificada e comprovada com o fato de o TOC ocorrer após traumatismos, lesões ou infecções cerebrais; ser muito comum que numa mesma família existam vários indivíduos acometidos sugerindo uma predisposição genética e a descoberta de que determinados medicamentos que estimulam de alguma forma a assim chamada função serotonérgica cerebral reduzem os sintomas de TOC. Esse último dado nos faz crer mais ainda que exista um distúrbio neuroquímico do cérebro. O que ainda não foi possível esclarecer é porque muitos indivíduos respondam parcialmente ou não respondam ao tratamento com medicamentos inibidores da recaptação da serotonina. Exatamente por sermos indivíduos nossas respostas a determinado tratamento é única não podendo ser comparada com nenhuma outra pessoa. Por isso é importante que cada portador de TOC que venha a procurar ajuda médica procure entender melhor como essa doença lhe afeta e repasse isso a seu médico. Também é importante ser paciente - em ambos os sentidos - e esgotar as possíbilidade de tratamento em busca da cura estando aberto a troca de medicamentos, de dosagens, "experimentos" com os vários medicamentos anti-obsessivos existentes ou que venham a descobrir até encontrar um que ele melhor se adapte e lhe traga o melhor custo(em relação a efeitos colaterais)/benefício(melhora dos sintomas).
Já os fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e no agravamento dos sintomas de TOC. Quem tem TOC tende a supervalorizar a importância dos pensamentos; superestimam a própria  responsabilidade quanto a provocar desastres; são perfeccionistas; acham que podem modificar o curso futuro dos acontecimentos com a execução dos rituais. Quem tem TOC acha que tem o controle remoto do universo em suas mãos e se não executarem certinho seus rituais vão apertar o botão da morte, ou se não evitarem na forma correta tudo o que tem que evitar vão apertar o botão vermelho da "contaminação geral" e ele e todos os que ama vão contrair uma doença horrível que nem ele mesmo sabe qual é.
Os pacientes com TOC usam diversas artimanhas para aliviar a aflição e ansiedade que as obsessões lhes causam e tendem a repetir essas artimanhas mesmo sabendo que isso significa manter a doença. Eles evitam enfrentar seus medos e deixar de lado os rituais e atos mentais para confirmar que tudo isso é infundado, mesmo tendo consciencia de que isso os permitiria se livrar das compulsões.
Com isso vamos nos tornando escravos de nossos rituais. Agora entendo porque muitos invidívuos respondem parcialmente ao tratamento medicamentoso enquanto que outros respondem mais, muitas vezes alcançando a cura somente com medicamentos. Porque para muitos indivíduos o TOC é formado parte pela falta de serotonina e parte pelo vício aos rituais, pelo medo de enfrentar seus temores, pela criação rígida baseada em culpa e pecado ou mesmo pelo aprendizado e portanto influência de familiares que tem ou tiveram TOC.
Nosso cérebro é formado por bilhões de neurônios que são interligados. Cada neurônio possue várias  "entradas" vinda de outros neurônios e somente uma saída. Essas ligações vão sendo feitas e desfeitas ao longo de nossas vidas. Quando fazemos nossos rituais e com eles conseguimos alívio para as aflições que normalmente acompanham as obsessões nós "habituamos" nosso cérebro ou refazemos essas ligações de modo a sempre realizá-los quando um pensamento ou um evento trás à tona essa aflição novamente.
Para os fatores de natureza biológica só nos resta os medicamentos e para os fatores de natureza psicológica nos resta a psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental parte do principio que:
Exposição + Prevenção da Resposta => Habituação => Desaparecimento dos sintomas
Ela nos coloca diantes das nossas aflições (exposição) e ao deixarmos de realizar os rituais (prevenção da resposta) embora num primeiro momento a aflição aumente, em pouco tempo ela tende a diminuir até desaparecer por completo espontaneamente (habituação). Repetindo tais exercícios vamos re-organizando nosso cérebro, refazendos as ligações de modo que essa necessidade de fazer os rituais acabam por desaparecer.
Li o relato de uma amiga que com o tratamento medicamentoso e a TCC, hoje ela se sente curada. Os pensamentos invasivos algumas vezes voltam pois não temos como impedí-los de invadir nossas mentes (é díficil não pensar em macacos) mas ela sabe que eles não fazem sentido e ignorando os pensamentos eles acabam sumindo.
Como já disse anteriormente, nossa mente pode desfazer o que ela mesmo fez.

19 julho 2010

TOC quando convém

Sábado tive uma experiência inesquecível e dolorosa que vou lembrar para o resto da minha vida. Acordei as 8:00hs com uma forte dor na barriga, fui até o banheiro para fazer xixi mas me deu tontura e voltei para a cama. Fiquei deitado um pouco e fiz mais uma tentativa mas dessa vez a dor foi maior e a tontura também então voltei correndo para a cama. Engraçado que em nenhuma dessas duas vezes que levantei fiz meus rituais, a dor era tamanha que esqueci deles. Fiquei na cama até umas 9:30hs gemendo e minha esposa me falando para ir ao médico mas como já tinha tomado remédio para dor estava esperando passar (sou meio de reclamar por qualquer dorzinha mas dessa vez nem vontade de reclamar eu tinha e odeio hospitais e principalmente injeções por isso estava protelando ir). As 9:30hs a dor era tanta que aceitei até ir ao médico. Aí eu queria ir correndo, não via a hora de chegar no hospital e tomar um soro com analgésico para passar essa dor. Levantei com dificuldade e minha esposa me ajudou a trocar de roupa e fomos para o hospital, novamente não fiz meus rituais para me  trocar e sair de casa pois a dor não me deixava pensar.
Chegando no hospital voei para a recepção e queria logo entrar na salinha onde toma soro mas ainda tive que preencher meus dados, aguardar ser chamado na sala de triagem, depois aguardar o médico e finalmente fui para a salinha receber o soro. Todo esse trajeto fiz sem nem mesmo lembrar que eu tinha TOC. Na verdade por duas vezes até pensei em voltar no trajeto para "pular" uma linha no chão mas não tinha forças.
Depois do soro fui fazer um ultrassom e o médico me disse que tinha um pequeno cálculo na minha bexiga que provavelmente meu rim acabará de expelir. Caramba, pela dor eu achei que estava expelindo meu próprio rim e não apenas "um pequeno cálculo".
Finalmente aquela dor quase insuportável havia passado e agora eu tinha cabeça para pensar em meu TOC e não mais em como aliviar aquela dor que não era aliviada nem sentado, nem em pé, nem deitado, de maneira alguma. Senti necessidade de lavar as mãos, de pular os riscos no chão do hospital e até refazer alguns trechos do caminho que eu havia pulado.
Como nossa mente é interessante, o TOC tem seu lado químico provocado pela falta de serotonina no cérebro que já estou tratando a muito tempo tomando medicamento que atua na recaptação da serotonina mas tem seu lado psicológico que tenho deixado de lado e me entregado a ele. Enquanto estava com aquela dor insuportável tudo o que eu queria era me livrar dela e nem me lembrei do TOC e quando lembrava nem cogitava a idéia de ficar fazendo rituais que iriam aumentar a dor ou me atrasar para ser gentilmente picado por uma agulha que iria me injetar o alívio para aquela dor.
Se consegui agir assim por mais da metade do dia  porque não agir assim pelo resto da minha vida? Se não me fez falta fazer os rituais e nenhum pensamento ficou me perturbando durante o sábado porque assim que aliviou a dor os pensamentos voltaram e voltei com os rituais?
Acredito que as respostas estejam na terapia cognitivo-comportamental que estou começando a fazer e assim que eu as tiver postarei os progressos aqui no blog. O importante é que eu vi que é possível sim se livrar 100% dos pensamentos ou então quando os pensamentos aparecem é possível sim não se render aos rituais. É preciso passar o resto da vida com cólica renal para se livrar do TOC? Com certeza não pois descobri que existe algo pior que o TOC :). É preciso apenas reeducar sua mente e alterar seu comportamento em relação ao TOC para que vc consiga conviver com seus medos ao invés de tentar afastá-los com métodos criados por vc mesmo.
Sua mente é capaz de desfazer o que ela própria criou em relação aos seus medos, anseios e a falta de serotonina

15 julho 2010

Pare o mundo que eu quero descer

O mundo gira, o dia passa, a noite passa e outro dia começa tudo igual.  Não sei porque me esforço tanto para vencer as batalhas do dia se amanhã os mesmos obstáculos estarão no mesmo lugar me esperando.....O TOC não se cansa mas eu me canso, ontem não consegui ir trabalhar. Acordei decidido a quebrar esse ciclo vicioso, a fazer uma pausa inesperada nessa rotina alucinante que é o meu dia-a-dia para ver como meu TOC se virava ao ser pego de surpresa.
Eu vi que é bom para quem tem TOC ter o domínio da situação, ter o controle da sua vida e que a rotina e o tédio não são bons para quem tem TOC. Fiquei super bem ontem, o fato de ter quebrado a rotina, de não ter a pressão do horário para me trocar, para tomar café, para chegar ao trabalho, de não precisa lavar 128 vezes as mãos antes de sair de casa me fez bem e me animou.
Fiz o que queria na hora em que eu queria e se eu queria! Caso não quisesse fazer ou se o TOC me colocasse uma série de regras e rituais para eu seguir passava para outra atividade e antes mesmo que ele pudesse se reorganizar e criar novos rituais a atividade já estava feita. Mas infelizmente não posso fazer isso sempre e hoje subi novamente no mundo e estou girando com ele. Acordei cedo, tinha que levar o carro na concessionária para revisão mas por mais cedo que acordo nunca é o bastante para o TOC. Não tomei café para não chegar muito atrasado na concessionária e mais atrasado ainda no trabalho que ontem eu "matei" como se mata uma aula chata na faculdade. Tirei todas as coisas do carro pois hoje em dia não se pode confiar em ninguém e a cada coisa levada para dentro de casa eram os mesmos rituais (como esse TOC não se cansa de ser repetitivo), corri para a concessionária e até que o atendimento foi rápido mas o transporte para me trazer até o trabalho demorou meia hora. Fiquei ansioso esperando o transporte e enquanto isso aproveitei para tomar café na concessionária em meio a olhares para as minhas manias. O transporte não chegava, começei a fazer as cutículas com meus próprios dentes enquanto andava entre os carros e esperava o carro do transporte.
Finalmente ele chegou mais haviam mais 2 pessoas para levar antes de me deixar no trabalho. Sempre sou o último, se vou para o trabalho sou o último porque meu trabalho é o mais distante, se vou para casa também sou o último porque sou o que moro mais longe. O 1o foi deixado não longe dalí mas creio que na esquina de onde morava. O 2o nunca vi morar mais escondido, era a última rua sem saída de um bairro distante e na última casa. Os minutos passando e enfim seguimos para meu trabalho. Cheguei as 9h35, nada mal para quem nem veio trabalhar ontem né?
Não quero ser um desempregado, não quero ser um vagabundo e nem um aposentado precoçe, só quero garantia de que meu TOC não vai arruimar minha vida profissional, de que eu serei compreendido.
Só queria que o mundo parasse de vez em quando para que eu pudesse descer e aproveitar um pouco dessa paisagem linda que eu vejo passar muito rápida e apenas da janela.

13 julho 2010

Eu posso ser feliz. Eu devo!

O TOC sempre me fez acreditar que eu não podia ser feliz. Minha felicidade implicaria na infelicidade de alguém que eu amo portanto eu preferia ser infeliz do que ser o culpado pela infelicidade de alguém. Havia dias em que eu acordava atacado e ansioso e era TOC para todo lado mas havia dias em que eu me levantava tranquilo sem muita vontade psíquica de fazer os rituais. Não havia aquele sentimento forte de que eu devia voltar para abrir e fechar a porta ou que eu tinha que descer da calçada sem ter um pensamento ruim mas havia aquele sentimento de que não podia estar tudo normal, de que seria bom demais para ser verdade. Então eu fazia os rituais de costume simplesmente pelo costume de fazê-los pois havia se tornado um vício. É dificil vc largar de uma hora para outra algo que vc faz já a 20 anos e com isso eu perpetuava ainda mais meus rituais até acordar atacado novamente e aí sim, fazê-los por causa da doença.
Eu me privava de coisas que eu gostava de fazer e que me davam prazer como ouvir uma música, colocar a roupa que eu mais gostava porque eu ia sair ou então escolher na padaria a tortinha de morango (amo torta de morango) mais apetitosa. Ao invés disso eu escolhia a roupa que não me agravada muito mas que estava bom, a tortinha meio "tortinha" e sequinha ao invés daquela enorme e suculenta. Tudo isso porque eu não me permitia sentir prazer, ser feliz, eu não achava que merecia o melhor da vida.
Depois que eu descobri Jesus na minha vida e que Ele deu a Sua vida em favor da minha entendi que eu posso e devo sim ser feliz. Que graças a Jesus eu posso ter o melhor da vida e que se eu rejeitar o melhor da vida estarei rejeitando algo que Ele preparou para mim, estarei rejeitando a Sua vontade na minha vida.
Isso me ajudou e muito e cada vez que eu estava tranquilo e vinha aquele sentimento de que eu não podia ser feliz eu repetia para mim mesmo: Eu posso ser feliz, eu devo ser feliz.
É dificil vc lutar contra a sua própria mente e principalmente lutar contra algo físico que é a falta de serotonina. Para a falta de serotonina existem os remédios que suprem essa falta em seu cérebro e para falta de coragem existe a sua fé que te fortalece na luta conta sua própria mente.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece ( Filipenses 4:13)
Creia que vc pode e deve ser feliz e busque sua felicidade na cura desse transtorno não deixando que essa doença mude sua vida. Veja quantas coisas vc já consquistou mesmo tendo TOC e imagina quantas coisas mais pode conquistar quando se livrar dessa doença.
A medicina tem evoluído muito em várias áreas e também no tratamento de doenças psíquicas. Para o tratamento do TOC o que tem se destacado é a medicação com antidepressivos com ação inibidora da recaptação da serotonina e a terapia cognitivo-comportamental. O medicamento ajuda na reposição da serotonina e a terapia te ajuda a lidar com os medos e anseios que o TOC causa.
A partir de hoje creia e viva essa verdade de que vc pode e deve ser feliz! :)

12 julho 2010

Animais tem TOC?

Analisando cientificamente sim, podemos dizer a priori que animais racionais (os seres humanos) tem TOC. Mas e os animais irracionais?
O TOC é causado pela falta de serotonina então os animais irracionais também poderiam desenvolver TOC uma vez que também possuem cérebro, neurônios e consequentemente o neurotransmissor "serotonina".
O TOC manifesta-se sob a forma de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos (obsessões como dúvidas, preo­cupações excessivas) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Costumamos dizer que os cachorros se parecem com o dono, isso talvez porque os cachorros mudam seu comportamento de acordo com o comportamento de seus donos. O meu cachorro por exemplo não sabe que ele é um cachorro, sinceramente eu acho que ele pensa que nasceu de mim e da minha esposa. É verdade que ele tem um pouco de pelo a mais do que eu mas ninguém é perfeito :). Quando estamos tristes eles também ficam triste. Se estamos de cama eles ficam ali, deitado nos nossos pés até melhorarmos. Se levantamos animados eles também levantam abanando o rabo.
Muitos dizem que animais não pensam, por isso os chamamos de animais irracionais. Desse ponto de vista  não teria como os animais irracionais manifestar o TOC através dos pensamentos obsessivos mas eu discordo e não gosto de chamar muitos animais de irracionais. Um gato caça por instinto mas para cada caçada resultar em sucesso ele tem que pensar. Nenhuma caçada é igual a outra então não há como ter "pré-programado" em seu instinto uma caçada genérica que serviria para qualquer situação. Em cada caçada o gato tem que fazer cálculos de distancia da presa, velocidade, analisar as possíveis rotas de fuga da presa e por aprendizado não cometer os mesmos erros da caçada anterior. Cachorro então nem se fale, se cachorro não pensa como é que ele sonha? Como um ser irracional pode sonhar com algo que lhe traga aflição e ele começar a gemer? Como ele sonha que esta fugindo, começa a mover as patas e levanta correndo, sendo ele um ser irracional? Mito desvendado! :)
Emoções...... não consigo me conformar com alguém que diz que animais não tem emoção! Eles não somente tem emoções como eles demonstram suas emoções. Claramente voce ve quando um animal está com medo, aflito, desconfortável com alguma coisa. 
Analisando por esse prisma os animais "irracionais" podem sim demonstrar sintomas de TOC. No livro O Menino que Não Conseguia Parar de se Lavar a autora relata que um fazendeiro todo dia no mesmo horário ao entardecer recolhia seus gansos para dentro do galpão. Eles seguiam em bando, passavam em frente a janela do galpão e subiam uma escada. Um dia o fazendeiro se perdeu no horário e passou da hora de recolher seus gansos, indo recolhê-los já quase escurecendo. Ele os guiou pelo mesmo caminho, passou pela janela do galpão e ao subir as escadas um dos gansos parou, fez um som característico de quando se encontra em perigo, voltou no caminho, passou novamente pela janela e subiu as escadas. Parou e dessa vez fez um som e um movimento caracteristico de quando está tudo bem e continuou até o local onde dormia. Ela relata que ao demorar mais que o normal um dos gansos ficou "ansioso" e apresentou esse comportamento que seria do TOC.
Apesar de toda essa explanação eu não acho que os animais "irracionais" tenham TOC, pelo menos eu espero que eles não o tenham pelo bem deles pois se é sofrimento para nós imagina para eles que não podem lavar as patas toda vez que tem um pensamento ruim. E como tomar banhos demorados se muitas vezes damos apenas um banho por semana de 10 minutos? Sem falar que não podem estralar os "dedos", tocar nos postes (apenas os machos e somente para fazer xixi) e muito menos evitar os risquinhos da calçada pois se param um minutos seus donos já os puxam. Além do que se acharem que os animais tem TOC os cientistas já vão querer fazer milhões de experimentos, testar remédios nesses animais além de querer dissecar seus cérebros estando eles ainda vivos.
Melhor acreditar que não apesar que meu cachorro tem tido ultimamente um comportamento curioso que está me fazendo repensar no assunto. Nâo posso dizer que é TOC mas quando coloco ração para ele em seu pote ele começa a raspar o pote com a pata e a latir. Disseram que esse comportamento é porque eu sendo o chefe da casa deveria comer primeiro (argh) e então ele estaria liberado e que se eu mexesse na comida ele comeria. Fiz isso e nada! Eu preciso pegar a comida com as mãos umas 4-5x e oferecer a ele. Eu pego, ofereço, ele faz que vai comer mas me olha e late. Então eu devolvo a ração e pego outra porção. Faço isso umas 4-5x até que ele aceita a comer. Mesmo assim tem alguns grãos da ração que ele põe na boca e cospe. Se eu ofereço novamente esses grãos ele não come, a não ser que eu finja que joguei fora e que peguei novos grãos no pote e ofereço os mesmo aí sim ele come. Ou ele está desenvolvendo TOC ou está mudando seu comportamento para ficar igual ao dono rs.
Apesar disso meu lema não muda: Salvem os animais (com ou sem TOC).

06 julho 2010

Não brinco mais

As vezes a vontade que temos é de desistir e parar de brincar de salvar as pessoas que amamos. Aí me pergunto: por que não tenho pensamentos ruins com as pessoas que odeio? Por que se eu não cumprir meu ritual algo de ruim acontece com quem amo e não com quem nem conheço? E logo me vem a sobriedade e faço mais alguns rituais para me livrar dessas perguntas horríveis que assombraram a minha cabeça afinal esses "desejos" são considerados imprórpios ou antinaturais e contrariam os próprios desejos e princípios dos portadores de TOC.
Todo portador de TOC é muito pudico e certamente ele seria a última pessoa a realizar o que seus pensamentos sugerem ou "desejam". Ele jamais transformaria em realidade qualquer pensamento de conteúdo agressivo ou violento, impróprios relacionados com sexo ou então de conteúdo blasfêmo por isso todo portador do TOC fica chocado com tais pensamentos, que sempre são seguidos de de grande aflição. Ele interpreta a presença desses pensamentos como indicativa de existir algum risco de que algum dia possa a vir praticá-los e tenta, sem sucesso, tirá-los de sua mente. Ele começa a vigiar os próprios pensamentos e quanto mais tenta afastá-los ou  mais importância da a esses pensamentos, mais intensos eles se tornam.
Mas as vezes cansamos de tentar afastar esses pensamentos, queremos desistir e dizer: não brinco mais, cansei. Mas infelizmente não desistimos, suspiramos e voltamos aos rituais até completá-los. Digo infelizmente porque cada vez que completamos o ritual e conseguimos o alívio dessa angústia que os pensamentos nos causam somos tentados a repetí-los e com isso nos viciamos. Claro que existe também o lado neurológico e não somente o lado psicológico no TOC, como a deficiencia de serotonia, pois drogas inibidoras da recaptação da serotonina são efetivas em reduzir os sintomas do TOC. Mas ao redor de 20% dos pacientes apenas, conseguem eliminar por completo seus sintomas e entre 40 e 60% dos pacientes obtem uma redução significativa porém dificilmente os sintomas desaparecem por completo. Concomitante com os medicamentos a terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado efetiva na redução ou eliminação dos sintomas do TOC.
A TCC baseia-se no fato de que se o paciente enfrentar seus medos se expondo às situações que ele evita ou tocando em objetos, pessoas que ele considera contaminados (exposição) e deixar de realizar os rituais ou verificações que está acostumado (prevenção da resposta), embora inicialmente a aflição e ansiedade aumente, com o tempo ela tende a diminuir até os pensamentos e rituais desaparecerem por completo de forma espontânea (habituação).
Podemos entender por exposição como sendo o ato de tocar em objetos, móveis, roupas, partes do corpo, evocar frases, palavras, imagens ou cenas que normalmente o portador de TOC tenta manter afastadas da mente por causa do desconforto que provocam.
Já prevenção da resposta é a atitude de não realizar os rituais ou compulsões, rituais mentais ou quaisquer outro tipo de atitude com o intuito de diminuir a ansiedade associada a obsessões ou ao não cumprimento das compulsões.
 A mente humana é e ainda será por muito tempo um mistério para os homens. É incrível que simples exercícios de exposição e prevenção da resposta possa nos curar de algo tão terrível e tão temível que é o TOC mas, deixando de lado a serotonina, todo o resto é criado pela nossa mente. Podemos dizer que 90% dessa doença é criada pela nossa mente. Claro que ela cria isso devido a uma deficiencia de um neurotransmissor mas resolvido isso com medicamento, a nossa mente tem o poder de desfazer o que ela mesma criou.
Por isso criei esse blog, para divulgar essa doença e debater exaustivamente sobre o TOC. Acredito que trocando experiências, relatando casos de sucessos e fracassos na tentativa de eliminar o TOC, comparando situações, etc, chegaremos à cura de uma maneira mais rápida.
Existem vários especialistas pesquisando e procurando melhorar a vida de quem tem TOC até chegar a cura mas ninguém melhor para entender o TOC do que nós mesmo.
Comentários, relatos, desabafos são bem-vindos nesse blog
Uma boa cura a todos :)

05 julho 2010

Um toc a todos

Já era tempo de eu escrever novamente. É que eu somente escrevo quando estou inspirado, quando não estou nem escrevo pq senão acaba virando um desabafo, reclamações e acaba se tornando chato o post.
Conheço o TOC de perto faz 30 anos mas somente a pouco tempo atrás descobri duas coisas triste sobre o TOC.
Descobri que o TOC é considerado uma doença mental grave por estar entre as dez maiores causas de incapacitação de acordo com a Organização Mundial de Saúde e geralmente o TOC é crônico e se não for tratado se mantém por toda a vida. Ocorrem flutuações na intensidade dos sintomas ao longo da vida,mas dificilmente os sintomas desaparecem por completo.  10% dos casos de TOC tendem a se agravar de forma progressiva, podendo inclusive incapacitar os portadores para o trabalho e provocar limitações à convivência com as outras pessoas, além de submeter os portadores a um grande e permanente sofrimento.
...De um modo geral, as diferenças entre portadores e não portadores de TOC provoca discussões, atritos, exigências irritadas no sentido de não ser interrompido quando estiver fazendo os rituais ou de exigir a participação dos familiares nos rituais. Há a dificuldade para sair de casa e atrasos que acabam comprometendo lazer e as rotinas. Não raramente, essas atitudes e dificuldades de relacionamento acabam provocando a separação de casais ou a demissão de empregos.
À primeira lida esse texto é asssutador mas existem 2 atenuadores nesse texto: primeiro porque ele fala em estatística e como todos sabem estatística é algo curioso. Se eu que sou pobre entrar no elevador com 9 pessoas milionárias a estatistica diz que "na média" todos dentro do elevador são ricos. Então, o simples fato de eu entrar num elevador com milionários me torna uma pessoa rica :). Em segundo, toda e qualquer dificuldade de relacionamento pode provocar a separação não somente as causadas pelo TOC e se vc realmente ama seu companheiro o TOC não é desculpa para separação. Com relação a demissão posso dizer o mesmo. Se vc é uma pessoa eficiente, com o TOC vc será duplamente eficiente pois fará tudo o que qualquer pessoa faz e ainda carregará nas costas o peso do TOC.
Durante muito rempo fui reprimido pela ignorância de meu pai pois os antigos "curavam" as pessoas canhotas batendo na mão esquerda ou amarrando-a para que a pessoa escrevesse com a mão direita pois era ignorado que canhoto era uma caracteristica da pessoa e não uma maldição.
Graças a Deus minha esposa compreende o que eu tenho e nunca fui queimado vivo na inquisição por ter meus rituais. Apesar de o TOC estar sendo mais divulgado ainda hoje sou obrigado a ver alguns "colegas" de trabalho se cutucaram  e dar risadinhas quando eu passo.
Tenho muita dificuldade para sair de casa e sempre.... sempre chego atrasado em meu emprego. As vezes acho que seria mais fácil se eu tivesse meu próprio negócio mas nada na vida é do jeito que queremos. Procuro me adaptar da melhor maneira possivel, como fica complicado lavar as mãos segurando as coisas procuro colocar tudo o que eu preciso nos bolsos antes de sair de casa. Se a minha dificuldade é escolher uma roupa peço para minha esposa deixar uma pronta para o dia seguinte para não perder tempo com isso. Apesar de tudo isso não deixe que o TOC seja desculpa para muitas coisas em sua vida.
O outro fato que descobri sobre o TOC é sobre a hereditariedade.
É muito comum que, na mesma família, haja várias pessoas que tenham TOC. Sabe-se que se há uma pessoa na família com TOC a a chance de existir outro caso aumenta em quatro a cinco vezes. Isso levanta a hipóstese de existir um componente familiar e possivelmente genético dentre as diversas causas do TOC.
Hoje eu classificaria a minha avó paterna como portadora de TOC mas na época todos as classificacam como tendo várias "manias" e já sabemos que "manias" são sintomas de TOC. Ela tinha a mania de colecionismo, guardava de tudo. Ela tinha várias cômodos da casa trancados com entulho até o teto. Meu tio, filho dessa minha avó, tem TOC. Ele tem compulsão por limpeza, não comia nem bebia fora de casa e limpava com guardanapo todo copo e talher antes de usar. Foi com ele que peguei a indicação do psiquiatra que ele frequenta. Da parte materna somente minha mãe tem TOC e com tantos casos não é de surpreender que eu também tenha TOC. O que foi de surpreender mesmo é que com tantos casos na família nunca fui diagnosticado com TOC por eles.
A falta de informação tem atrapalhado muito as pessoas portadores de TOC por isso é importante divulgar. Está na hora de ele ser encarado como as demais patologias, com tratamento, com informação e com aceitação pelas demais pessoas.